Casarão Canuto

Casarão Canuto

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A imponência e importância do Casarão em Felício dos Santos

Histórico

Os primeiros habitantes de “Grota Grande” celebravam os cultos em baixo de duas árvores. A construção da capela iniciativa dos padres capuchinhos foi concluída no final do século XIX. Ao final dos cultos os fiéis se reuniam embaixo das árvores para conversarem e com o passar do tempo as mulheres foram cultivando plantas ornamentais ao redor da capela, os homens então providenciaram bancos de madeira para colocar sob as árvores para poderem conversar à sombra, também providenciaram um cruzeiro e um local fixo para levantamento do mastro por ocasião das festas religiosas. Com a chegada dos comércios o número de habitantes aumentou e as casas foram se formando em forma de triângulo em volta da Capela deixando uma grande área para aquilo que já era a Praça do Sagrado Coração. Hoje a praça é um lugar tranqüilo e muito limpo onde todos se reúnem ao anoitecer e no lugar da capela foi construída uma imponente Igreja que é a Matriz do Sagrado Coração.
Histórico:

Projetada em formato triangular, a praça denominada “Praça do Sagrado Coração” possui duas alamedas ao seu redor que emolduram o conjunto de forma harmoniosa.
A igreja ocupa lugar privilegiado na base do triângulo da praça. Edificação eclética de feições imponentes, partido retangular construída em alvenaria de tijolos possui cobertura em duas águas em telhas curvas. Na fachada o acesso se faz por portas com esquadrias e vedação em madeira com vergas curvas.
Este mesmo tipo de vãos se repete nas laterais. No alto, próximo à platibanda recortada em linhas retas escalonadas, um pequeno vão apresenta vergas triangulares e acima deste na torre cônica de concreto.
As casas do conjunto ao redor da igreja e da Praça são térreas com exceção de duas construções de dois pavimentos e em sua maioria seguem a tipologia das construções coloniais.
Situada no centro de origem da cidade, a praça juntamente com a Igreja domina a paisagem urbana.
Conta-se que o Casarão Canuto pertenceu ao senhor Real na década de 1930, herdando de seus pais que haviam falecido. Ele era solteiro e irmão da esposa do senhor Jose Lopes Canuto, dona Ester. Não se sabe quem iniciou a construção, mas sabe-se que mais tarde os famosos carpinteiros da época Clarindo Paulo juntamente com Felipe Lopes fizeram outros cômodos na casa. O senhor Real morava na residência e fez da sala uma loja onde vendia produtos da época como: fumo, cachaça, tecido, toucinho, café etc. Na segunda guerra mundial foi convocado para servir o exército, como não quis ir, deu-se por morto, passando todos os bens para o seu cunhado Jose Lopes Canuto. Já casado com dona Ester, na década de 1950 passou então a morar no imóvel.
Jose Canuto era uma liderança política de Felício dos Santos, com sabedoria, inteligência e dinheiro comprava muitas terras. Assim começou a fazer do anexo do Casarão uma espécie de armazém, quando faltava qualquer produto, café, rapadura, milho, sal ou toucinho era só procurá-lo e ele atendia o “seu povo”. Certa vez, durante uma grave crise econômica no país, o café se tornou um produto de “luxo”, pois eram poucas as pessoas que possuíam o mínimo para consumo, mas José Canuto tinha suas reservas, em certo dia chegou um comprador e lhe ofereceu três vezes mais o valor pelas reservas de café, ouvindo em sequência um delicado não, pois se fizesse aquilo – dizia José Canuto – não teria como atender “seu povo”. Na residência criou toda sua família, ele e sua esposa dona Ester tiveram oito filhos.
Por volta de 1958, chegou ao povoado um ilustre visitante, Juscelino Kubistchek, que ao pisar em solo felissantense fez questão de cumprimentar o amigo José Canuto. O que se viu naquele dia de mais marcante, foi o presidente JK sentar na banqueta do fogão à lenha, e tomar uma dose de cachaça, comendo um torresmo de porco, que com toda certeza era guardado em uma lata de gordura daquele Casarão.
Mesmo com essa ilustre amizade, Jose Canuto, não era respeitado por ser amigo de Juscelino, mas por ser uma influente liderança, que exercia função de Juiz de Paz, indicava o Delegado e Diretora da Escola. Mesmo ingressado na política mantinha a loja juntamente com seu filho Geraldo. Vendia roupas, calçados, tecidos, vasilhas e material escolar. Em um cômodo anexo continuava vendendo: café, arroz, feijão, milho, toucinho e rapadura.
Em 03 de agosto de 1963 assumiu a prefeitura, como seu primeiro mandatário, ficando no cargo até 31 de janeiro de 1967. O que não fazia muita diferença, o que só oficializou sua função no recém emancipado município de Felício dos Santos.
Em 1980 com a saúde bastante abalada seu filho Geraldo Lopes Canuto assumiu definitivamente a loja. Fechou-se o comercio que tinha ao lado. Com o falecimento do senhor Jose Canuto em 11 de fevereiro de 1992, seu filho Geraldo assumiu definitivamente a loja. De 1995 a 2000 o senhor Geraldo passou a loja para seus filhos Nem e Mazin. Em 2005 os herdeiros do Casarão queriam demolir o imóvel, pois o mesmo encontrava-se em desuso e desejavam construir um posto de combustível. A comunidade foi mobilizada e o casarão foi tombado em 25 de outubro de 2005. Os herdeiros não gostaram, mas acabaram concordando com o tombamento. Logo apos o ato, o imóvel foi fechado, só sendo aberto novamente em 2006, quando decidiram alugá-lo para o senhor Luis, que instalou na edificação uma pousada, ficando cerca de pouco mais de um ano com o imóvel em funcionamento. Sem utilidade para os donos, o Imóvel encontrava-se sem uso, sofrendo com as ações do tempo e vandalismo (pichações e acumulo de lixo).
Com a realização da Jornada Mineira do Patrimônio Cultural de 2009, um campanha social foi elaborada e os cidadãos mobilizados para ajudar na Preservação deste bem.
A partir deste post, cada ação deste ato de recuperação do Bem será divulgado neste Blog.

7 comentários:

  1. BOA NOITE GENTE SOU O MÁRCIO DA CONCEIÇÃO SOARES,NASCIDO AQUI EM DIAMANTINA, CRIADO EM FELÍCIO DOS SANTOS-MG,FILHO DE ARISTEU SOARES E RAIMUNDA DA CONCEIÇÃO ARAÚJO SOARES,É UMA HISTÓRIA LONGA, AO LER ESTES ESCRITOS ME EMOCIONEI MUITO POIS FALA SOBRE O PASSADO DE MINHA SAUDOSA FAMÍLIA ARAÚJO E CANUTO, SOU TATARANETO DO SENHOR ANTÔNIO FILINTO ARAÚJO CONHECIDO POR (ANTONICO ARAÚJO)E SUA ESPOSA VOVÓ GABRIELA ROCHA ARAÚJO ,PAIS DA TIA ESTER ARAÚJO CANUTO,VOVÓ MARIA HERMÍNIA ARAUJO CONHECIDA POR (MINOTA),TIA MARIETA ARAUJO, TIA ENRIQUETA ARAÚJO CONHECIDA POR (QUETA), TIA MARGARIDA ARAUJO,TIA JUDITE,TIA GABRIELA ARAUJO CONHECIDA POR(BELASINHA), TIA SELUTA ARAÚJO ESSAS SÃO AS MULHERES 9 , OS HOMENS SÃO 2 , TIO REAL SE CHAMAVA (ANTÔNIO REALINO ARAÚJO), E TIO JOSÉ ARAÚJO....ESTE CASARÃO CANUTO PERTENCIA AO MEU SAUDOSO AVÔ ANTÔNIO FELINTO ARAÚJO CONHECIDO POR (ANTONICO ARAÚJO) FOI ELE QUE CONSTRUIU...A MINHA BISAVÓ MARIA HERMINA ARAÚJO ESPOSA DE JOAQUIM VELOSO DE ARAÚJO, TIVERAM 2 FILHOS UM CASAL A MINHA TIA JOAQUINA CELESTE DE ARAÚJO CONHECIDA POR (QUININHA) E GERALDO MAJELA ARAÚJO MEU AVÔ CONHECIDO POR (GERALDO DE MINOTA)..............É UMA HISTÓRIA COMOVENTE ESTA DO TIO REAL (ANTÕNIO REALINO ARAÚJO) A MINHA AVÓ JÁ HAVIA COMENTADO ESTA TRISTE HISTÓRIA............A MINHA FAMÍLA É MUITO GRANDE GRAÇAS A DEUS............

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  2. sou da familia canuto
    me chamo eric canuto

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  3. Me chamo Jonas Canuto da Silva,sou da família Canuto de vila velha Espírito Santo

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  4. Ah,se alguém souber do paradeiro de minha avó Angelina Canuto por favor entrem em contato Bluemariner.canuto@gmail.com

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  5. Esqueceram de continuar dizendo que: Após assumir seu primeiro mandato como prefeito de Felício dos Santos, o esposo da neta de José Lopes canuto, Adriana canuto, adquiriu o Casarão da Família Canuto para a coletividade, e o reformou, salvando o patrimônio histórico da ruína. Hoje é onde funcionam parte das instalações administrativa da prefeitura, e a EMATER. É a única construção original da praça que se mantem de pé.

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